quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ONU pressiona Vaticano a entregar pedófilos

Igreja Católica é colocada contra a parede pela Organização das Nações Unidas e precisa pôr um fim nos casos de abuso sexual

Foi com base em declarações como “as mesmas mãos que abusavam de mim me davam a comunhão”, de uma das vítimas de pedofilia, a irlandesa Marie Collins – que sofreu abuso aos 13 anos –, que a Organização das Nações Unidas (ONU) foi a fundo nas denúncias envolvendo padres da Igreja Católica e pediu os nomes de todos os envolvidos com o crime de pedofilia.
Essa apuração das diversas acusações que a Igreja Católica vem recebendo teve origem no papado de Bento XVI (2005-2013), quando diversos escândalos vieram à tona, entre eles um relatório de 2009 que detalhava décadas de violência sexual contra crianças em orfanatos, reformatórios e escolas de propriedade ou dirigidas por membros da Igreja Católica na Irlanda.

No caso de reformatórios, o mais comentado é o das lavanderias das Irmãs de Maria Madalena, que ficou sob a administração da Santa Sé até 1996, nas quais prostitutas e mães solteiras eram obrigadas a fazer trabalho escravo e abusadas sexual, fisica e psicologicamente.
Em julho de 2013, assim que deu início ao seu pontificado, o papa Francisco endureceu as penas para os casos relacionados a abusos de menores.

Não se sabe ao certo se foi para eliminar o problema ou para escondê-lo que o papa e oito cardeais que o assessoram na reforma da Cúria anunciaram a criação de uma comissão, em dezembro do ano passado, para lutar contra a pedofilia.
No dia 16 de janeiro, o porta-voz do Vaticano na ONU compareceu diante de um painel de especialistas da organização, mas evitou falar a respeito do assunto.

Agora, o Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança acusou o Vaticano de nunca ter reconhecido a relevância dos crimes de abusos sexuais contra menores cometidos por sacerdotes e de não ter tomado as devidas providências para proteger as crianças, o que teria provocado a continuidade dos abusos e a impunidade dos agressores.

O alto escalão da ONU exigiu no início de fevereiro que o Vaticano demitisse os culpados por abuso sexual dos cargos e que eles fossem entregues à polícia.
A Cúria Romana se defendeu das críticas da ONU sobre a falta de proteção das crianças contra os abusos do clero acusando o organismo de interferir no ensino católico e no exercício da liberdade religiosa.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, que esteve em Madri, também defendeu a igreja, o que já era de se esperar, mas admite que a igreja tem de explicar sua posição e os seus erros. Agora, o que se pergunta é por que, mesmo tendo conhecimento dos casos há tantos anos, a Igreja Católica não tomou a atitude de expulsar e punir os padres pedófilos.

O certo é que a mesma igreja que condenou o filósofo italiano Galileu Galilei por sustentar que a Terra não estava parada, mas que se movia, é a que hoje, além de ter de aceitar que a Terra se move, talvez tenha que admitir que milhares de crianças no mundo foram vítimas de padres pedófilos.
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