Após a reeleição de Nicolás Maduro, como presidente da Venezuela, na última semana, cristãos temem o futuro no país.
O que aconteceu:
A eleição para presidente na Venezuela, no último domingo (28), tem causado conflitos no país, diante da desconfiança dos eleitores e de políticos internacionais acerca do resultado controverso.
No entanto, até o momento, Nicolás Maduro dará continuidade ao projeto político ditatorial iniciado há 25 anos por Hugo Chávez.
Por isso, de acordo com informações do Portas Abertas, pastores venezuelanos denunciaram casos de igrejas apoiando abertamente o governo, inclusive induzindo os membros a votar em seus candidatos em troca de benefícios pessoais.
Por outro lado, líderes cristãos como Adelina (nome alterado por segurança), se decepcionaram com o resultado da eleição. “Sentimos tristeza, decepção, traição e desânimo. Pior ainda é a incerteza, comparando com o futuro incerto dos irmãos e irmãs em Cuba”, disse.
Da mesma forma, nas redes sociais, outros pastores venezuelanos também manifestaram sua insatisfação.
“Dá-nos a sua paz incomparável, Senhor, renova as nossas forças, inunda de silêncio e descanso cada coração venezuelano. No Senhor está a nossa esperança”, publicou um líder cristão.
O que analisar:
Ainda que as consequências desta reeleição sejam, até o momento, incertas, muitos cristãos no país temem que a repressão cresça.
“Não sabemos se eles vão tomar algum tipo de represália contra o povo, porque sabem que uma grande porcentagem dos votos foi dada à oposição”, afirmou Adelina.
Assim, o medo real da perseguição contra os cristãos na Venezuela tem feito muitos deles pensar em abandonar o próprio país. “Acho que essa sensação de não saber o que vai acontecer é terrível”, desabafou um cristão local.
A Venezuela está no 67º na Lista de Países em Observação (LPO) que perseguem cristãos. Portanto, pastores, líderes de igrejas e grupos, e organizações cristãos não podem falar sobre corrupção e nem violações de direitos humanos. Se assim o fizerem serão acusados de criticar e se opor ao governo.
Como consequência, as igrejas e instituições cristãs enfrentam ameaças, ataques, difamação, vigilância e censura, e os membros podem ser presos e ter o acesso a serviços públicos, alimentação e cuidados médicos negado.