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quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Trump acusa ‘corrupção judicial’ no Brasil e pressiona Lula





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Na manhã de terça-feira, 23 de setembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou seu discurso na ONU para reiterar acusações feitas nos últimos meses contra o Brasil e informar que pretende se reunir com Lula (PT) na próxima semana para tratar das tarifas impostas ao país.

Trump criticou a atuação do Poder Judiciário brasileiro e vinculou as tarifas a supostas práticas que, segundo ele, violariam direitos e liberdades: “O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”.

O presidente dos EUA também relatou um breve encontro com Lula nos corredores da sede da ONU e disse ter alinhado uma reunião para a semana seguinte: “Nós nos vimos, e eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. […] concordamos em nos encontrar na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos. Em retrospectiva, ainda bem que esperei. Mas nós conversamos, tivemos uma boa conversa e concordamos em nos encontrar na próxima semana, se isso for do seu interesse”.

Durante a transmissão, as câmeras focaram em Lula, registrando mudança no semblante do mandatário brasileiro. A vereadora evangélica Sonaira Fernandes (PL) comentou o momento em sua conta no X: “Lula mudou imediatamente de expressão quando Trump disse que teriam uma reunião Casa Branca”.

Ao encerrar o trecho sobre o Brasil, Trump fez uma avaliação pessoal de Lula ao justificar a realização do encontro: “Só faço negócios com pessoas de quem gosto, eu não… quando não gosto delas, quando não gosto delas, eu não gosto delas. Mas tivemos, pelo menos por uns 39 segundos, uma química excelente, é um bom sinal”.

Repercussão
A fala de Trump sobre o Poder Judiciário no Brasil, com menções ao Supremo Tribunal Federal (STF), foi registrada no dia seguinte ao relato de sanção dos Estados Unidos à advogada Viviane Barci, esposa do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito da Lei Magnitsky, associada, no texto, a violações de direitos humanos atribuídas ao magistrado.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apresentado no texto como exilado nos Estados Unidos, afirmou que a atuação de Trump seguiu seu método de negociação. Em suas palavras: “Para quem conhece as estratégias de negociação de Donald Trump, nada do que aconteceu foi surpresa. Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações. Ontem mesmo, sancionou a esposa do maior violador de direitos humanos da história do Brasil, um recado claro e direto”.

Para o parlamentar, a movimentação buscou criar condições favoráveis aos objetivos do presidente norte-americano: “Ele entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer. Enquanto isso, outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global. Na verdade Lula agora é que está na obrigação de aproveitar a rara oportunidade de sentar-se com Trump e com a difícil missão de extrair algo de positivo nesta mesa”.

O jornalista Paulo Figueiredo Filho, citado no texto como residente nos Estados Unidos, compartilhou leitura semelhante sobre os efeitos políticos do episódio. Segundo ele: “Se querem analisar se a fala foi boa ou ruim para Lula, vejam quais são as possibilidades que o presidente brasileiro tem agora, na nova posição em que se encontra. Terá que encontrar Trump. Tem a obrigação de voltar com alguma vitória”.

Figueiredo projetou os temas de uma eventual reunião na Casa Branca, indicando que Lula seria desafiado a sustentar suas narrativas internas diante de Trump: “Terá que dizer ao presidente americano que o judiciário brasileiro é independente, que Bolsonaro era uma ameaça à democracia e que o Brasil quase teve um golpe no 8 de janeiro. Só que estas mesmas narrativas foram criadas para e usadas contra o próprio Trump por anos. E aí? Vai explicar que disse que se Trump estivesse no Brasil também seria preso pelo 8 de janeiro? Que Trump era a nova face do nazismo? Quando disser que não pode fazer nada, será cobrado sobre o projeto de anistia. E aí? Cheque. Lula termina o dia de hoje em uma posição política infinitamente pior do que começou”.

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