quinta-feira, 16 de abril de 2020

10 motivos para sermos otimistas no combate ao novo coronavírus

Cientista espanhol publica artigo afastando o pânico


O microbiologista e professor da Universidade de Navarro (Espanha) Ignacio López-Goñi foi designado a estudar o novo coronavírus. Como um dos resultados, ele publicou o artigo científico “Coronavírus: 10 razões por que você não deve entrar em pânico”.
“O que certamente temos é uma pandemia de medo. A mídia do planeta inteiro é dominada por coronavírus. É certo que há profunda preocupação e planejamento em massa para os piores cenários. E, é claro, as repercussões passam da esfera global da saúde para os negócios e a política”, escreveu ele. “Mas, também, é certo que não devemos entrar em pânico”.
O primeiro motivo destacado pelo cientista para não haver pânico é a rapidez com que passamos a conhecer o vírus:
“Os primeiros casos de AIDS foram descritos em junho de 1981 e foram necessários mais de dois anos para identificar o vírus (HIV) causador da doença. Com o COVID-19, os primeiros casos de pneumonia grave foram relatados na China em 31 de dezembro de 2019 e, em 7 de janeiro, o vírus já havia sido identificado. O genoma estava disponível no dia 10”.
Dessa maneira, rapidamente também passamos a saber detectar o vírus. Desde o dia 13 de janeiro há testes eficientes. E esses testes estão cada vez mais rápidos e eficazes.
O terceiro destaque de López-Goñi está na situação a cada dia melhor na China. O país funciona como uma “previsão do futuro” para os outros. E, por lá, a cada dia surgem novas boas notícias.
Esse gráfico é o quarto motivo para o otimismo do especialista:


“Ainda não está clara qual a taxa de morte. Mas pode ser menor do que acreditamos”, afirma ele.
Logo a seguir, López-Goñi ressalta a quantidade de pessoas que se recuperaram. Até o momento, infelizmente, 118.459 pessoas morreram. Em contrapartida, 446.002 pessoas já se recuperaram.
Apenas 3% dos casos ocorrem em pessoas com menos de 20 anos, e a mortalidade em quem tem menos de 40 anos é de 0,2%”, afirma ele, como sexto motivo para  ser otimista.
7º motivo: é fácil matar o vírus!
“O vírus pode ser efetivamente inativado das superfícies com uma solução de etanol (62-71% álcool) ou até com outras substâncias simples, em apenas um minuto”, afirma o cientista. “Lavar as mãos frequentemente com sabão e água é o meio mais eficaz de evitar o contágio”.
Além do vírus ser facilmente vencível, cientistas do mundo inteiro estão trabalhando nisso. E essa é a primeira vez em que todos cooperam internacionalmente para resolver um problema.
O avanço dos cientistas unidos é tão rápido que já existem protótipos de vacinas prontos para serem testados em seres humanos.
Aliás, antivirais também estão sendo testados no mundo inteiro
“São antivirais que foram usados ​​para outras infecções, já aprovados e que sabemos que são seguros”, informa ele.
Como exemplo, López-Goñi aponta a cloroquina.
“É um antimalárico que também possui atividade antiviral potente. Sabe-se que bloqueia a infecção aumentando o pH do endossomo necessário para a fusão do vírus com a célula, o que inibe sua entrada”, afirma ele. “Está provado que este composto bloqueia o novo coronavírus in vitro e já está sendo usado em pacientes que tiveram pneumonia devido ao vírus”.
Por fim, o microbiologista ressalta que é impossível acontecer, hoje em dia, uma crise de gripe semelhante à de 1918:
“Nunca estivemos tão preparados para combater uma pandemia”, conclui.

  • Andre Batista / Foto: Getty Images 
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