Um estudo curioso e necessário colocou em pauta um problema atual: muita informação e pouco conhecimento. Você, com certeza, já deve ter visto pessoas defenderem determinados modelos políticos e criticarem outros, mas quando conversou mais a fundo sobre o tema, descobriu que elas nem sequer sabiam do que estavam falando.
Isso tem acontecido com os jovens considerados millennials (de 25 a 40 anos) e zoomers (da Geração Z que engloba pessoas de até 24 anos) no que diz respeito ao socialismo, segundo uma pesquisa realizada pelo Institute of Economic Affairs no Reino Unido.
Durante o estudo, 70% dos quase dois mil entrevistados disseram que querem viver em um sistema socialista, porém, esses mesmos entrevistados não conseguiram identificar quais eram as definições corretas das propostas que se referiam ao socialismo. Muitos se confundiram e atribuíram a definição de socialismo ao capitalismo e a definição de capitalismo ao socialismo.
A maioria concordou com a afirmação de que “o capitalismo aumenta o racismo”, e também que “o racismo é independente do sistema econômico”.
Simultaneamente, alegaram querer pagar mais impostos para ter melhores serviços públicos, mas, ao mesmo tempo, também queriam pagar menos impostos, porque disseram que o governo não usaria o dinheiro com sabedoria.
Ainda de acordo com a análise, millennials e zoomers associaram ao socialismo palavras como igual e justo, enquanto associaram ao capitalismo palavras como exploração e injusto. O relatório final apontou que movimentos como Black Lives Matter, Extinction Rebellion e a campanha climática de Greta Thunberg podem estar por trás da mudança de atitude. Assim, o estudo concluiu que o socialismo desejado pelos entrevistados não é o mesmo da antiga União Soviética. Isso porque eles mostraram que não sabem o real significado desse modelo político.
“Ambos os grupos confundem o socialismo com os bons sentimentos e o capitalismo com os maus. Mas, se eles realmente se preocupam em acabar com a pobreza ou promover a igualdade e a justiça, eles promoverão o capitalismo. O capitalismo sempre reduziu a pobreza onde foi implementado. O socialismo apenas empobreceu todas as sociedades que afligia”, observou o economista e escritor americano, Roger D. McKinney.
Para o filósofo Pedro Henrique Alves, a pesquisa revela uma desconexão entre a realidade e as ideias progressistas. “O progressismo defendido por diversos jovens dessas gerações é uma mistura de lacração, incompetência filosófica, fotos engajadoras no Instagram e um evidente fracasso político. Pergunte ao Felipe Neto, por exemplo, se o capitalismo é bom ou ruim, e muito provavelmente veremos o influencer dizer que é ruim, de seu apartamento milionário. Então, com a mesma força que os jovens amam a prosperidade que o capitalismo traz, eles também odeiam ideias capitalistas que possibilitaram tal prosperidade. Idolatram o Estado opressivo enquanto clamam por liberdade individual”.
Mitos sobre o socialismo
De toda forma, esses jovens nada mais são do que vítimas da desinformação. Hoje em dia, com a ascensão da tecnologia, as pessoas passaram a ter acesso a diferentes meios de comunicação, o que não significa acesso a conteúdos de qualidade. Há quem se informe pelas redes sociais, pelas opiniões sem nenhum embasamento dos influencers que seguem, e por aí vai.
A ideia de uma sociedade que proporciona “igualdade” entre os povos realmente cativa. Assim, muitas propostas defendidas como socialistas vão ganhando força entre os jovens, sobretudo nas escolas e nas universidades. Eu já fui envolvida por esse discurso também. Mas, a verdade é que, quando analisamos a prática dessa teoria, a realidade é outra.
O socialismo, que é considerado um modelo de transição entre o capitalismo e a instauração do comunismo, falhou em todos os lugares onde foi implementado. Basta ler sobre a história da antiga União Soviética, da Coreia do Norte, da Índia e Grã-Bretanha logo depois da Segunda Guerra Mundial, da atual Venezuela, de Cuba e de outras nações que instauraram esse modelo político.
Os políticos defenderam derrubar ditaduras, porém, apenas as substituíram por outras, porque o socialismo só existe com a presença de um líder (ou partido político) tirano. Além disso, segundo o professor Stephanie de Courtois, da Universidade Paris VII, especialista em comunismo, as ditaduras comunistas mataram mais de 110 milhões de pessoas ao redor do mundo, em cerca de 100 anos.
Para o filósofo Pedro Henrique Alves, muitas pessoas que defendem o socialismo nos dias atuais usam um discurso confuso e contraditório. “Eu já vi homossexuais ostentarem orgulhosamente a imagem de Che Guevara em suas passeatas, um homem que historicamente odiava e matava gays. Outras questões absurdas que precisamos pensar são: É possível que um adolescente, que vive sob a tutela dos pais, se engaje fervorosamente em causas anticapitalistas, ainda que continue a desfrutar das delícias do capital? Ou então, uma menina de 16 ou 18 anos salvar a Amazônia tweetando de sua cama na Suécia? Estamos presenciando uma geração de militantes que iniciam revoluções através do iPhone, tratando burguês ‘na ponta do fuzil’. E boa parte da mídia vangloria isso e define como ‘engajamento social'”.
Pensando no futuro
Normalmente a influência pró-socialismo vem das redes sociais, das escolas e das universidades. Porém, as propagandas enganosas que mostram as “vantagens” do socialismo só convencem os jovens mal informados.
Sabemos que nenhum modelo político é perfeito, mas não há dúvidas de que, até o dia de hoje, o capitalismo foi o sistema mais efetivo, sobretudo, para diminuir a pobreza. Por isso, é responsabilidade dos pais e responsáveis informar e educar as novas gerações no que diz respeito à política. Porque, se não fizerem isso, outros grupos desempenharão esse papel. É uma questão de reparação social.
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