sexta-feira, 22 de junho de 2012

Um Produto?

Se tivesse de se anunciar para se vender, que valor pediria por si mesmo?
Quanto você vale?
E se tivesse de se anunciar para se vender, que valor pediria por si mesmo?
Agora, imagine-se fixado em uma prateleira, vestido com a melhor roupa, melhor sapato, o mais belo penteado no cabelo e, logo abaixo, uma plaquinha onde está escrita toda a sua vida, com fotos que mostram os lugares por onde passou e as pessoas com quem esteve, além de fitas de vídeo revelando suas palavras ditas, seus gestos feitos e atitudes tomadas.
Avaliando tudo isso, por quanto você ainda se venderia; quanto, de fato, valeria?
Então você lembra que os lugares por onde andou lhe desvalorizaram enquanto pessoa e que o que fez por aí lhe tirou alguns zeros a mais da conta. E porque você desprezou quem lhe amou, porque disse não quando deveria dizer sim, e disse sim quando deveria dizer não, o preço na sua prateleira reduziu ainda mais.
É quando alguém passa por você, lhe olha com desdém e diz que “esse produto” não é bom. Que já o experimentou outras vezes e se decepcionou, e que o preço sugerido ali é bem maior do que o que realmente vale.
Você se constrange, mas não pode dizer nada. Afinal, está à venda e não tem o direito de questionar os seus direitos.
Aí, vem outra pessoa e com uma duvidosa expressão de gentileza fica entre a sua “compra” ou outra. Mas, ao perceber várias ofertas ao redor, dá preferência a qualquer outro “objeto” que não seja você.
“O que há de errado comigo?”, você pensa angustiado. “A minha roupa está feia, a minha maquiagem está borrada, o meu sapato, furado? O que há em mim que ninguém me escolhe, me percebe e valoriza?”
E você, na prateleira da vida, mofa por dias, semanas, meses, enfim, anos> E, por fim, vê que para o mundo e as pessoas ao redor, você é um “produto” à venda, que não pensa, não sente, não tem direito a nada, e por isso lhe desprezam como os demais objetos dos supermercados que ao final do mês são colocados em promoção. É a ponta de estoque dos desprezados.
Afinal, amigo internauta, não é isso o que somos neste mundo de hipocrisias? Não é assim que nos sentimos quando somos trocados e rejeitados por alguém? Não é isso o que nos fazem porque, aparentemente, estamos com algum “defeito” e há sempre outra pessoa melhor, mais capaz e mais ajustada do que a nossa parca vida infeliz?
Não é assim, porém, com Aquele que nos comprou. Todos nós, famintos, mentirosos, arrogantes, agressivos, estudados ou analfabetos, pobres ou ricos, de valor ou não, fomos comprados – mesmo não sendo nada merecedores disso – por um preço muito caro. Agora diga, analisando a sua vida regressa ou atual, se você valeria a pena, se o “tostão” por quanto pagassem por você seria realmente justo?
Não obstante a falta de lógica, você foi comprado. E, apesar de não ter sido exposto em nenhuma vitrine, o preço pago foi tão alto que dinheiro nenhum daria conta. Porque não foi papel o que gastou o Comprador, mas todo o Seu Sangue.
E agora, vai continuar se desprezando, se desmerecendo e se humilhando? Ainda vai achar que a sua vida não vale nada? E porque alguém lhe traiu e abandonou é o mais infeliz de todos os homens?
Se você não der valor Àquele que gastou todo o Seu Bem para lhe comprar, inconscientemente, vai valorizar aquele que lhe expôs na prateleira do mundo, não para lhe promover, mas para lhe ridicularizar e lhe inferiorizar – porque, afinal de contas, este é um dos seus objetivos.
iurd.pt

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