Era uma vez um lindo jardim no coração do Reino do Oriente onde, ao entardecer, o Senhor do jardim saía para passear. De todos os que habitavam o jardim, o mais bonito e amado era o nobre e gracioso Bambu.
A cada ano que passava Bambu ficava mais bonito e gracioso. Ele estava ciente do amor e admiração que seu Senhor tinha por ele. Ainda assim era humilde e meigo.
Muitas vezes quando o Vento vinha deliciar-se no jardim, o Bambu deixava de lado a sua dignidade. Ele dançava e balançava alegremente, sacudindo-se, balançando-se, agitando-se e dobrando-se em doce abandono. Ele comandava a grande dança do jardim, e o seu Senhor ficava encantado.
Um dia o Senhor se aproximou de Bambu para contemplá-lo. Com um olhar de expectativa e curiosidade, o Bambu baixou a sua cabeça até o chão em reverência para cumprimentá-Lo cheio de amor.
O Senhor disse: “Bambu, Bambu eu poderia te usar.”
Bambu disse: “Senhor, estou pronto, use-me como quiser.”
“Bambu” - a voz do seu Senhor tornou-se grave - "eu teria que cortá-lo”.
Bambu estremeceu aterrorizado.
“Cortar-me? Eu, a quem você, meu Senhor, me fez o mais bonito dentre todos no Seu jardim? Cortar-me? Oh, isso não! Isso não! Use-me para fazê-lo feliz, meu Senhor, mas não me corte!”
“Querido Bambu” - a voz do Mestre ficou ainda mais grave - “se eu não te cortar não poderei te usar”.
Fez-se silêncio no jardim. O vento prendeu a respiração.
Bambu baixou lentamente a sua cabeça orgulhosa e gloriosa. Então se ouviu um sussurro. Bambu respondeu: “Senhor, se você não pode me usar a menos que me corte, então seja feita a Sua vontade, corte-me”.
“Bambu, querido Bambu, eu também terei que cortar as suas folhas e ramos.”
“Senhor, Senhor, me poupe! Corte-me e jogue a minha beleza por terra, mas o Senhor tem que cortar as minhas folhas e ramos também?”
“Ai Bambu; se eu não os cortar não poderei te usar.”
O Sol escondeu a sua face. Uma borboleta que ouvia tudo voou para longe assustada.
Bambu estremeceu perante a terrível perspectiva e sussurrou: “Senhor, pode cortar”
“Bambu, Bambu, eu terei que dividi-lo em dois e cortar o seu coração, porque se eu não cortar não poderei usá-lo.”
“Senhor, Senhor, então corte e divida.”
Então o Senhor do jardim cortou o Bambu e o jogou por terra, cortou seus ramos e o despiu das suas folhas, dividiu-o em dois e cortou o seu coração. Levantando-o gentilmente levou-o a um córrego de águas cristalinas no meio de seus campos secos.
O Senhor então deitou gentilmente o Seu querido Bambu pondo uma ponta no córrego e a outra no sulco que havia na terra no seu campo. O córrego cantou as boas-vindas. A água pura e cristalina correu alegremente pelo corpo dilacerado do Bambu até os campos que esperavam ansiosos.
Então se plantou o arroz e os dias passaram. Os rebentos cresceram. Chegou a época da colheita.
Naquele dia, o Bambu, que outrora fora tão glorioso em sua majestosa beleza, agora se encontrava ainda mais glorioso no seu quebrantamento e humildade.
Em sua beleza, ele era vida abundante. Mas quebrantado ele tornou-se num canal de vida abundante para o mundo do seu Senhor!
Essa parábola serve para todos aqueles que muitas vezes oram e pedem para ser usados nas mãos de Deus, mas que não conseguem aceitar a forma como Deus deseja prepara-los para serem usados.
Queremos ser usados nas mãos de Deus, mas para isso precisamos aceitar com paciência todo processo que Deus precisa fazer em nossas vidas para estarmos prontos para sermos usados como e quando Ele desejar nos usar.
Você está disposto a deixar o Senhor fazer os cortes necessários na sua vida? Você está disposto a dizer: “Senhor, pode cortar!”?
“E, chamando a Si a multidão, com os Seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz e siga-Me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de Mim e do evangelho, esse a salvará. Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?”
Marcos 8:34-36
Deus te abençoe!
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