Com o objetivo de evitar aglomerações de pessoas, uma das medidas tomadas para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus foi proibir a realização de cultos presenciais nas igrejas.
Diante disso, igrejas cristãs do mundo inteiro têm se valido da internet para reunir os seus membros por meio de cultos online. Assim, graças à tecnologia é possível oferecer a essas pessoas alimento e assistência espiritual, ainda que virtualmente.
No entanto, até isso tem sido negado aos cristãos chineses.
Cultos online são proibidos
De acordo com a denúncia feita pela revista Bitter Winter, uma publicação sobre liberdade religiosa e direitos humano na China, vários cultos organizados virtualmente foram interrompidos pelo governo, logo após iniciarem.
Segundo a revista, os dois Conselhos Cristãos Chineses da Província de Shandong, no dia 23 de fevereiro último, determinaram que as igrejas da província parassem de transmitir seus cultos.
Já no distrito de Nanhu, em Jiangxi, cidade na província de Zhejiang, outro aviso foi emitido pelo Departamento de Trabalho da Frente Unida, no dia 28 de fevereiro. Todas as atividades religiosas, inclusive aquelas autorizadas pelo governo, devem ser investigadas e monitoradas. E, mesmo após a pandemia, as atividades online continuam proibidas.
Vigilância e censura
Na verdade, essa determinação faz parte das medidas emitidas em setembro de 2018 pela Administração Estatal da China para Assuntos Religiosos, a qual diz que “nenhuma organização ou indivíduo poderá transmitir ao vivo ou transmitir atividades religiosas, incluindo orar, queimar incenso, ordenações , cantar as escrituras, realizar cultos, adorar ou receber o batismo online na forma de texto, foto, áudio ou vídeo”.
Além disso, pastores e membros das congregações cristãs foram instruídos pelo Órgão de Informações Públicas e Supervisão de Segurança de Rede a não fazerem comentários desfavoráveis ao governo, sob pena de terem suas contas banidas e sua respectiva igreja responsabilizada criminalmente.
Embora muitos estabelecimentos já estejam funcionando, normalmente, com autorização do governo chinês, as igrejas seguem proibidas de realizar suas atividades e permanecem com seus canais de comunicação bloqueados.
Informação controlada
De acordo com um pastor que está no país, identificado como P.L. para preservar sua imagem, a China, de fato, possui uma série de restrições rigorosas em relação a vários aspectos e a todos os tipos de religiões. Devido ao COVID-19, todos os locais de culto, como igrejas cristãs, mesquitas islâmicas, santuários taoistas e templos budistas estão fechados temporariamente, para impedir novos casos de infectados com o vírus e a propagação do novo coronavírus.
Porém, em relação ao que foi publicado pela revista Bitter Winter, o pastor diz que não há informações oficiais sobre ela e as Igrejas seguem o seu trabalho normal de reuniões online durante esse período.
“Acredito que tenham sido casos isolados dessas duas igrejas com localidades na Cidade de Jiangxi, no sudeste, e na província de Shandong, porque, se caso os dirigentes da reunião fizeram algum comentário desfavorável ao governo ou divulgaram informações sobre a epidemia que não foi aprovada pelo estado, então, certamente, o seu serviço de streaming pode ter sido derrubado pelo Gabinete de Informação Pública e Supervisão de Segurança de Rede. Eu uso plataformas chinesas para fazer minhas reuniões online, compartilhar mensagens, fotos, vídeos e áudios de fé com os membros da Igreja, contudo, não tive nenhum problema até agora. Outras Igrejas subterrâneas e Igrejas afiliadas ao Partido dentro da China, tampouco relataram tal restrição em relação ao trabalho online”, afirmou.
(*) Texto reproduzido do site de notícias Unigrejas
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