Nos últimos dias, templos da Igreja Universal do Reino de Deus de São Tomé e Príncipe têm sofrido uma série de graves atentados, a partir da incitação de populares contra a instituição religiosa. Os ataques tiveram início após uma onda de desinformação tomar conta do país africano, com a prisão de um pastor pelas autoridades de Costa do Marfim.
Desde 2018, a Universal costa-marfinense vinha sofrendo agressões pelas redes sociais, com perfis anônimos espalhando ameaças, mentiras absurdas e calúnias sobre os oficiais da igreja e contra a própria instituição.
Em abril, a Polícia Judiciária da Costa do Marfim foi acionada, para que os autores dos crimes fossem identificados e os ataques fossem interrompidos, dentro do que define a Lei de Cybercrime daquele país.
De acordo com o Bispo Gonçalves da Costa, responsável pela Universal nos países africanos de língua portuguesa, “depois de um período de investigação, a polícia identificou quem estava por trás daqueles perfis falsos: um pastor da própria Igreja Universal, um oficial são-tomense que atuava na Costa do Marfim”.
“Quando soubemos que era o pastor o autor dos crimes, ficamos realmente decepcionados. Jamais esperávamos por isso. Nós não entramos com ação contra nenhum pastor, nós não mandamos prender nenhum pastor. Foi a polícia, a Justiça da Costa do Marfim que investigou, abriu o processo e determinou a prisão dele”, explicou o Bispo Gonçalves.
Depois de ser detido em 11/9 pela Justiça costa-marfinense, o pastor foi julgado e condenado a um ano de prisão pelos crimes de usurpação de identidade, difamação, mobilização à revolta, entre outros.
Pressão política
A partir do retorno da esposa desse pastor para São Tomé e Príncipe, teve início um processo político de pressão pela soltura dele, com a participação do Poder Legislativo da ilha africana.
A Universal foi chamada pela Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe e prestou todas as informações, esclarecendo que a Igreja jamais havia pedido a prisão do pastor, pois sequer sabia ser ele o autor dos crimes. A igreja apenas denunciou as agressões e ameaças que vinha sofrendo nas redes sociais, sem saber quem seriam os agressores.
Contudo, inconformados, os deputados definiram um prazo de oito dias para que a Universal de São Tomé e Príncipe libertasse o pastor condenado e preso pela Justiça da Costa do Marfim — o que seria completamente impossível, pois se não foi a instituição religiosa que determinou, ou sequer solicitou a prisão, como poderá determinar a soltura?
Atentados contra templos
A partir das declarações públicas dos políticos são-tomenses, populares passaram a atacar e depredar os templos da Universal na ilha africana. A igreja já solicitou providências às autoridades, para que seja garantida a segurança do corpo eclesiástico e dos fiéis.
Em virtude da onda de ataques, a Universal está retirando os pastores estrangeiros — angolanos, moçambicanos e brasileiros — que desenvolvem trabalho missionário em São Tomé e Príncipe.
Por fim, informamos que a Universal da Costa do Marfim está dando assistência ao pastor que está preso, para que ele possa recorrer à Justiça daquele país, tentando obter a sua liberdade.
Assista ao vídeo com esclarecimentos trazidos pelo Bispo Gonçalves da Costa, responsável pela Universal nos países africanos de língua portuguesa, sobre os acontecimentos em São Tomé e Príncipe.
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